quinta-feira, 11 de setembro de 2014

Com o sol a brilhar

Desenho de Kenny Wang, 8 anos de idade

Recentemente, quando perguntada pelo fotógrafo do site Humans of New York sobre qual foi o momento mais feliz de sua vida, uma mulher respondeu que tinha sido um jantar na companhia de sua filha no restaurante que ficava no topo do World Trade Center. 
Aquele que fora objeto de um dos maiores ataques contra a vida humana já ocorridos, relacionado sempre a tragédia, destruição, pensamentos negativos e às piores sensações, foi lembrado por alguém como o cenário do momento mais especial de sua vida.
Quantos outros momentos como esse, felizes, engraçados ou interessantes, não se passaram no WTC? 
Em seu projeto, o arquiteto Minoru Yamasaki já o descrevia como a representação da crença na humanidade, da necessidade humana de dignidade, da crença na cooperação e na bondade.
Sua construção, em 1963, significou a revitalização da parte baixa de Manhattan, o impulsionamento do comércio e dos negócios em uma área antes em franco declínio.
No discurso de inauguração, em 1973, o WTC foi apresentado como um sonho tornado realidade, transformando-se no símbolo do progresso e do futuro.
A sensação de vitória e o sonho de prosperidade com certeza tomaram conta dos primeiros que abriram suas firmas ou foram trabalhar lá.
Sendo as Torres símbolo de conquista e superação, inspirou muitas aventuras. Três paraquedistas saltaram do topo. Em 1974, o equilibrista Phillippe Petit passou de uma torre à outra através de um fio de arame, trazendo imensa atenção popular para as Torres Gêmeas. Em 1977, George Willig burlou a segurança e escalou uma das Torres, realizando essa façanha em três horas em meia. Ao alcançar o topo, policiais o esperavam, mas tal feito com certeza lhe trouxe alguma fama e uma enorme sensação de liberdade (além de uma multa bem salgada para pagar). 
Um remake de King Kong, em 1976, tem as Torres Gêmeas como marca. O pôster de divulgação  mostra o macaco sobre os prédios, com um pé em cada torre, e o Empire State Building, protagonista da primeira versão, mostrado bem pequeno, ao fundo.
Além desses fatos extraordinários, quantos outros acontecimentos comuns, felizes e decisivos, não se passaram no local? Muitos encontros, daqueles que mudam uma vida toda, devem ter ocorrido lá - entre amigos, namorados e casais. Dentro daqueles escritórios, quantas amizades não foram conquistadas? Muitas risadas entre camaradas e confidências entre amigas devem ter se passado lá. Quantas decisões pessoais não devem ter sido tomadas, modificando as vidas de famílias inteiras? 
Um decote mais ousado para chamar a atenção daquele colega que estava sempre no elevador à mesma hora. Paqueras, pedidos de casamento… Muitos buquês de flores entregues… 
O restaurante Janelas do mundo deve ter sido palco para muitos desses momentos especiais. Comemorações, promoções, parabéns. Houve casamentos nas dependências do World Trade Center. Dezessete bebês nasceram lá. Será que algum foi feito lá?!
E os observatórios, que mostravam vistas esplendorosas da cidade, quantos sonhos e promessas não devem ter inspirado?
Muitas crianças devem ter vivido o glorioso dia de ir trabalhar com o pai naquele lugar único. A Plaza, área aberta cercada pelos prédios do complexo, também foi muito frequentada por pequenos viajantes e moradores, que buscavam descanso nos bancos ao redor da fonte.
Quantos abraços, beijos, olhares, mãos dadas, carinhos? Não sei, mas, neste dia em que se completam 13 anos do ataque às Torres Gêmeas, em 11 de setembro de 2001, gosto de pensar que momentos felizes se passaram ali.


King kong 1976 movie poster.jpg

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